Matéria exibida pelo jornal “palavra
palhosense” sobre o projeto de Língua Portuguesa realizado na nossa escola
Uma lição de democracia
6/11/2014 14:56:01
Alunos de Língua Portuguesa simulam eleição em atividade que faz parte da Feira Multidisciplinar da escola Estefano Koerich, na Ponte do Imaruim
Texto: Isonyane Iris
Enquanto a maioria dos brasileiros já passou e até esqueceu das eleições, os alunos da Escola de Educação Básica Henrique Estefano Koerich, na Ponte do Imaruim, estão em ritmo final de campanha eleitoral. Desafiadas pela professora de Língua Portuguesa Andréa Cristina Crepaldi, três turmas organizaram uma verdadeira eleição dentro da escola, com direito a partidos políticos, debates, material de campanha e planos de governo muito bem elaborados. Uma urna eletrônica foi improvisada e até mesmo títulos de eleitores próprios foram produzidos pelos alunos. Todos os estudantes, professores e funcionários votam em seus candidatos no próximo sábado, dia 8, durante a realização da Feira Multidisciplinar da escola.
Basta entrar no pátio da escola para perceber que ali as eleições ainda não acabaram. Cartazes e faixas espalhados por vários lugares apresentam todos os candidatos que disputam os cargos de presidente, governador, senador, deputado federal e estadual. A atividade está sendo desenvolvida com três turmas do 7º e 8º Ano (dentro da formatação atual do Ensino Médio) e a última turma da 8ª Série (da antiga nomenclatura). “Eu já realizo essa atividade há alguns anos, mas desta vez está sendo muito especial para mim, porque eu estou muito orgulhosa do empenho e da dedicação dos alunos. Teve um envolvimento muito grande dos pais e dos professores, eles nos apoiaram muito e tenho certeza que isso foi o que mais contribuiu para que o trabalho chegasse nessa proporção”, agradece a professora.
Como a escola inteira vota, os candidatos precisavam pedir voto nas outras turmas e isso foi algo que contou muito com a colaboração dos demais professores. “Nós fizemos um acordo com a disciplina de Ensino Religioso, que é apenas uma vez por semana, e não passávamos durante as aulas dela, justamente para não prejudicar. Nas outras disciplinas, os professores disponibilizaram alguns minutos e no final toda escola estava envolvida. Os títulos de eleitores foram feitos para cada um, justamente porque nós queríamos contar com a participação de todos, mesmo aqui não sendo obrigatório o voto, como de fato é no Brasil”, explica a Andréa.
A votação vai ser durante a realização da Feira Multidisciplinar, um evento em que os pais e demais visitantes são recebidos na escola com o intuito de conhecer os trabalhos desenvolvidos pelos alunos ao longo do ano letivo. “Nós escolhemos fazer a votação durante a feira porque é um momento em que toda a escola está reunida e ainda conta com a presença dos pais. Essa feira é um evento onde várias disciplinas fazem exposição de diversos trabalhos realizados durante o ano, é uma via de mão dupla entre escola e família. É um momento em que os pais vêm aqui prestigiar os trabalhos que seus filhos elaboram e ficam muito orgulhosos, e isso é muito importante”, destaca a professora.
Elegantes e muito bem arrumados, os alunos literalmente vestiram a camisa, ou melhor, o terno, para interpretar seus respectivos candidatos. “Essa é uma atividade muito interessante, que reforça o conhecimento dos alunos sobre a candidatura que teve este ano. Eu achava a política muito chata e sempre mudava de canal; depois desse trabalho, comecei a prestar muito mais atenção, e não por obrigação, mas com certeza foi por muito interesse. Eu assisti a muitos debates e no final cheguei a achar divertido”, conta João Pedro de Abreu, de 13 anos, candidato à “presidência da república” pelo Partido Progressista Infantil (PPE).
Como verdadeiros políticos, os alunos (candidatos) capricharam na oralidade e falaram bonito sobre o trabalho. “Antes eu não tinha conhecimento concreto sobre a política. Agora já nos aprofundamos nos estudos e lemos muito. A minha ideia sobre a política mudou completamente. Hoje eu enxergo como algo muito interessante. Sei que depois desse trabalho todos vamos sair da escola preparados para votar, afinal, essa atividade foi uma verdadeira preparação para todos nós”, esclareceu a aluna Ana Júlia Passos, de 14 anos, outra candidata à “presidência”.
Sobre o sistema de votação, a professora conta que a primeira ideia era que fosse com cédula de papel, mas como alguns dos alunos participantes também estudam na Escola Técnica, eles conseguiram um apoio muito importante com outros professores. Assim, os técnicos de informática da Escola Henrique Estefano Koerich, junto com outros professores da escola técnica, conseguiram montar uma urna eletrônica com o próprio computador da escola. Segundo a professora, os alunos estão superempolgados com a ideia de votar pela primeira vez, já que a maioria ainda é menor de idade.
Inclusão
Com o envolvimento tão grande no trabalho, a maioria dos alunos afirma que hoje tem outra visão sobre a política e percebe que participar é algo muito importante. Muito mais do que envolver toda a escola, a atividade também serviu para trabalhar a inclusão de dois alunos deficientes. Candidatos a “senador e a “deputado estadual”, Luan Inácio e João Victor estão orgulhosos de participar de forma tão ativa neste trabalho. “Eu percebia que o meu aluno não era muito aceito pela turma, por conta da sua deficiência, mas pelo fato dele ser candidato a senador, ele está se achando superimportante para a turma e para a escola. Quando eu fiz os santinhos dele, ele ficou todo orgulhoso, me pediu para levar para casa e mostrar para a mãe. Ele se sentiu muito valorizado, foi um trabalho de realmente trabalhou a inclusão”, destaca Jeanete Shimidth, professora de Inclusão.
“Eu gostei muito do trabalho, principalmente porque a turma trabalhou bem unida pedindo voto e eu gostei bastante. Como candidato a senador, eu quero trazer a honestidade, já que os atuais senadores não estão sendo. Eu achava política chata e agora, depois do trabalho, eu tô assistindo e aprendendo bastante”, conta Luan Inácio, de 13 anos, candidato a “senador” e aluno da Inclusão.
Animado com a ideia de ser candidato, João Victor faz questão de dizer que está adorando trabalho e principalmente o fato de ter sido acolhido por toda a turma. “Eu estou achando muito legal participar desse trabalho. Está sendo muito importante e a turma está me ajudando muito”, conta o aluno, superfeliz.
Acolhidos pelos amigos, os colegas de Luan e João afirmam que o trabalho foi fundamental para unir a turma. “Esse trabalho serviu para unir toda a turma, nos ajudou a ter crescimento. Ter os alunos da Inclusão participando com a gente foi algo que nos ajudou muito, principalmente porque acabamos nos esforçando mais para contribuir com eles e com isso eles acabam nos ajudando ainda mais. Sobre a política, eu não tinha muito conhecimento, mas mesmo assim a professora explicou e nos proporcionou fazer um trabalho muito bom. Hoje eu posso dizer que entendo bastante sobre o tema e que isso me ajudou a me aprofundar bem mais”, garante a aluna Estefani Stipp, de 14 anos, candidata a “governadora”.
Orgulhoso de ver o resultado do trabalho que envolveu toda a escola, o diretor da instituição, Paulo Beal, conta que para o próximo ano a ideia é envolver os alunos menores também. “Essa atividade movimentou toda a escola e é um projeto que está formando cidadãos e praticando a cidadania. As professoras estão de parabéns, assim como todos os alunos. Agora estamos esperando pela votação no sábado e pelo resultado. Para o próximo ano, a ideia é ampliar ainda mais esse trabalho”, finaliza.


Enquanto a maioria dos brasileiros já passou e até esqueceu das eleições, os alunos da Escola de Educação Básica Henrique Estefano Koerich, na Ponte do Imaruim, estão em ritmo final de campanha eleitoral. Desafiadas pela professora de Língua Portuguesa Andréa Cristina Crepaldi, três turmas organizaram uma verdadeira eleição dentro da escola, com direito a partidos políticos, debates, material de campanha e planos de governo muito bem elaborados. Uma urna eletrônica foi improvisada e até mesmo títulos de eleitores próprios foram produzidos pelos alunos. Todos os estudantes, professores e funcionários votam em seus candidatos no próximo sábado, dia 8, durante a realização da Feira Multidisciplinar da escola.
Basta entrar no pátio da escola para perceber que ali as eleições ainda não acabaram. Cartazes e faixas espalhados por vários lugares apresentam todos os candidatos que disputam os cargos de presidente, governador, senador, deputado federal e estadual. A atividade está sendo desenvolvida com três turmas do 7º e 8º Ano (dentro da formatação atual do Ensino Médio) e a última turma da 8ª Série (da antiga nomenclatura). “Eu já realizo essa atividade há alguns anos, mas desta vez está sendo muito especial para mim, porque eu estou muito orgulhosa do empenho e da dedicação dos alunos. Teve um envolvimento muito grande dos pais e dos professores, eles nos apoiaram muito e tenho certeza que isso foi o que mais contribuiu para que o trabalho chegasse nessa proporção”, agradece a professora.
Como a escola inteira vota, os candidatos precisavam pedir voto nas outras turmas e isso foi algo que contou muito com a colaboração dos demais professores. “Nós fizemos um acordo com a disciplina de Ensino Religioso, que é apenas uma vez por semana, e não passávamos durante as aulas dela, justamente para não prejudicar. Nas outras disciplinas, os professores disponibilizaram alguns minutos e no final toda escola estava envolvida. Os títulos de eleitores foram feitos para cada um, justamente porque nós queríamos contar com a participação de todos, mesmo aqui não sendo obrigatório o voto, como de fato é no Brasil”, explica a Andréa.
A votação vai ser durante a realização da Feira Multidisciplinar, um evento em que os pais e demais visitantes são recebidos na escola com o intuito de conhecer os trabalhos desenvolvidos pelos alunos ao longo do ano letivo. “Nós escolhemos fazer a votação durante a feira porque é um momento em que toda a escola está reunida e ainda conta com a presença dos pais. Essa feira é um evento onde várias disciplinas fazem exposição de diversos trabalhos realizados durante o ano, é uma via de mão dupla entre escola e família. É um momento em que os pais vêm aqui prestigiar os trabalhos que seus filhos elaboram e ficam muito orgulhosos, e isso é muito importante”, destaca a professora.
Elegantes e muito bem arrumados, os alunos literalmente vestiram a camisa, ou melhor, o terno, para interpretar seus respectivos candidatos. “Essa é uma atividade muito interessante, que reforça o conhecimento dos alunos sobre a candidatura que teve este ano. Eu achava a política muito chata e sempre mudava de canal; depois desse trabalho, comecei a prestar muito mais atenção, e não por obrigação, mas com certeza foi por muito interesse. Eu assisti a muitos debates e no final cheguei a achar divertido”, conta João Pedro de Abreu, de 13 anos, candidato à “presidência da república” pelo Partido Progressista Infantil (PPE).
Como verdadeiros políticos, os alunos (candidatos) capricharam na oralidade e falaram bonito sobre o trabalho. “Antes eu não tinha conhecimento concreto sobre a política. Agora já nos aprofundamos nos estudos e lemos muito. A minha ideia sobre a política mudou completamente. Hoje eu enxergo como algo muito interessante. Sei que depois desse trabalho todos vamos sair da escola preparados para votar, afinal, essa atividade foi uma verdadeira preparação para todos nós”, esclareceu a aluna Ana Júlia Passos, de 14 anos, outra candidata à “presidência”.
Sobre o sistema de votação, a professora conta que a primeira ideia era que fosse com cédula de papel, mas como alguns dos alunos participantes também estudam na Escola Técnica, eles conseguiram um apoio muito importante com outros professores. Assim, os técnicos de informática da Escola Henrique Estefano Koerich, junto com outros professores da escola técnica, conseguiram montar uma urna eletrônica com o próprio computador da escola. Segundo a professora, os alunos estão superempolgados com a ideia de votar pela primeira vez, já que a maioria ainda é menor de idade.
Inclusão
Com o envolvimento tão grande no trabalho, a maioria dos alunos afirma que hoje tem outra visão sobre a política e percebe que participar é algo muito importante. Muito mais do que envolver toda a escola, a atividade também serviu para trabalhar a inclusão de dois alunos deficientes. Candidatos a “senador e a “deputado estadual”, Luan Inácio e João Victor estão orgulhosos de participar de forma tão ativa neste trabalho. “Eu percebia que o meu aluno não era muito aceito pela turma, por conta da sua deficiência, mas pelo fato dele ser candidato a senador, ele está se achando superimportante para a turma e para a escola. Quando eu fiz os santinhos dele, ele ficou todo orgulhoso, me pediu para levar para casa e mostrar para a mãe. Ele se sentiu muito valorizado, foi um trabalho de realmente trabalhou a inclusão”, destaca Jeanete Shimidth, professora de Inclusão.
“Eu gostei muito do trabalho, principalmente porque a turma trabalhou bem unida pedindo voto e eu gostei bastante. Como candidato a senador, eu quero trazer a honestidade, já que os atuais senadores não estão sendo. Eu achava política chata e agora, depois do trabalho, eu tô assistindo e aprendendo bastante”, conta Luan Inácio, de 13 anos, candidato a “senador” e aluno da Inclusão.
Animado com a ideia de ser candidato, João Victor faz questão de dizer que está adorando trabalho e principalmente o fato de ter sido acolhido por toda a turma. “Eu estou achando muito legal participar desse trabalho. Está sendo muito importante e a turma está me ajudando muito”, conta o aluno, superfeliz.
Acolhidos pelos amigos, os colegas de Luan e João afirmam que o trabalho foi fundamental para unir a turma. “Esse trabalho serviu para unir toda a turma, nos ajudou a ter crescimento. Ter os alunos da Inclusão participando com a gente foi algo que nos ajudou muito, principalmente porque acabamos nos esforçando mais para contribuir com eles e com isso eles acabam nos ajudando ainda mais. Sobre a política, eu não tinha muito conhecimento, mas mesmo assim a professora explicou e nos proporcionou fazer um trabalho muito bom. Hoje eu posso dizer que entendo bastante sobre o tema e que isso me ajudou a me aprofundar bem mais”, garante a aluna Estefani Stipp, de 14 anos, candidata a “governadora”.
Orgulhoso de ver o resultado do trabalho que envolveu toda a escola, o diretor da instituição, Paulo Beal, conta que para o próximo ano a ideia é envolver os alunos menores também. “Essa atividade movimentou toda a escola e é um projeto que está formando cidadãos e praticando a cidadania. As professoras estão de parabéns, assim como todos os alunos. Agora estamos esperando pela votação no sábado e pelo resultado. Para o próximo ano, a ideia é ampliar ainda mais esse trabalho”, finaliza.
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